ARNELLIACEAE

Gongylanthus liebmannianus (Lindenb. & Gottsche) Steph.

Como citar:

Tainan Messina; Miguel d'Avila de Moraes. 2012. Gongylanthus liebmannianus (ARNELLIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

EN

EOO:

25,726 Km2

AOO:

12,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil, apresentando padrão de distribuição Neotropical. Foi registrada em países como Costa Rica (Morales, 1991; Dauphin, 2005), Panamá (Stotler et al., 1998) e no norte dos Andes (Benavides et al., 2009). No Brasil, ocorre nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo (Costa; Faria, 2008; Costa et al., 2012). Foi registrada em altitudes superiores a 2000 m (Serras de Itatiaia, dos Órgãos e do Caparaó) (Costa; Santos, 2009).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Tainan Messina
Revisor: Miguel d'Avila de Moraes
Critério: B1ab(i,ii,iii)
Categoria: EN
Justificativa:

?No Brasil, tem distribuição restrita (EOO=547,75 km²), ocorre em Floresta Ombrófila e está sujeita a duas situações de ameaça consideradas a partir da ocorrência em unidades de conservação. Suas regiões de ocorrência sofrem com o declínio da qualidade do habitat e de sua extensão, decorrentes de ameaças como a urbanização, pastagem, atividades agrícolas e de queimadas provocadas.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente na obra Species Hepaticarum 6:. 1906[1906].

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido

População:

Flutuação extrema: Sim

Ecologia:

Biomas: Mata Atlântica
Fitofisionomia: Ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009), Florestas Alto-montanas (Santos, 2008) e Campos de Altitude (CNCFlora, 2011).
Habitats: 1.9 Subtropical/Tropical Moist Montane, 4.7 Subtropical/Tropical High Altitude
Detalhes: Planta terrícola, ocorrendo em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009), Florestas Alto-montanas (Santos, 2008) e Campos de Altitude (CNCFlora, 2011) associados ao domínio fitogeográfico Mata Atlântica (Costa et al., 2012).

Ameaças (5):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) national high
Segundo Hallinbäck; Hodgetts (2000), perda e degradação de habitat são as mais sérias ameaças às briófitas em todo o mundo. A degradação reduz a qualidade do habitat, causando o desaparecimento das espécies sensíveis; já a fragmentação conduz ao isolamento das comunidades de brióftas, visto que a dispersão e a reprodução são diretamente afetadas. Além disso, a fragmentação e destruição do habitat representam as maiores ameaças para espécies com distribuição restrita ou endêmica (Costa; Santos, 2009), como G. liebmannianus.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced) local high
Rocha et al. (2003) destacam que, apesar dos remanescentes florestais do Rio de Janeiro estarem relativamente protegidos por unidades de conservação (SNUC), ainda estão sob forte pressão de degradação em seu entorno e área interna, devido ao desmatamento para pastagens e culturas, urbanização, favelização, fiscalização insuficiente das unidades de conservação, comércio ilegal de espécies da fauna e flora, retirada de madeira e introdução de espécies exóticas.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.4.2 Human settlement local high
A Serra de Itatiaia, uma das localidades onde a espécie ocorre no Brasil, concentra uma alta diversidade de espécies, alto número de táxons de hepáticas endêmicos e ameaçados, e onde a questão fundiária (propriedades privadas no interior do parque), pastagem e culturas mistas cíclicas e permanentes ainda constituem as maiores ameaças (Rocha et al., 2003).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.4 Infrastructure development local medium
O Parque Nacional da Serra dos Órgãos, considerado a segunda unidade em importância para a flora de hepáticas do Estado, tem como principais ameaças a presença da BR-116 cortando o parque, projetos de instalação de empreendimentos incompatíveis com a conservação da biodiversidade (gasodutos, estações de rádio e de telefonia móvel, etc.), moradias irregulares dentro e no entorno e produção rural em áreas não regularizadas (IBAMA, 2007).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.7 Fire high
O fogo representa uma ameaça as espécies que ocorrem acima da cota de 1600 m de altitude no estado do Rio de Janeiro. Por exemplo, quase toda a extensão central do Parque Nacional do Itatiaia, uma das localidades onde G. liebmannianus ocorre, já foi queimada nos últimos 10 anos. Incêndios extensos também foram reportados para o Parque Nacional da Serra dos Órgãos e para o Parque Nacional do Caparaó, onde também há testemunhos deste táxon (Aximoff, 2011).

Ações de conservação (4):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do Estado do Espirito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
As subpopulações de G. liebmannianus conhecidas no leste no Brasil (RJ, ES) se encontram protegidas pelas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional do Itatiaia, Parque Nacional da Serra dos Órgãos e Parque Nacional do Caparaó (Santos, 2008; Costa; Santos, 2009; CNCFlora, 2011).
Ação Situação
4.4.3 Management needed
Mesmo ocorrendo em unidades de conservação de proteção integral, estas ainda estão sob forte pressão de degradação em seu entorno e área interna, não garantindo a efetiva conservação da biodiversidade (Rocha et al., 2003).
Ação Situação
3.2 Population numbers and range needed
Há lacunas de conhecimento sobre a brioflora fluminense identificadas por Costa; Santos (2009), que estão sendo investigadas cientificamente a fim de se aprimorar o conhecimento de espécies como G. liebmannianus.